Eu ñ sei exatamente se o Geraldo atirou naquilo que viu o no que ñ viu. Mas me inclino a concordar com a idéia geral do cartum.
Grande parte do nosso eleitorado, sempre predisposto a chiliques de moralidade em relação a coisa pública, parece que nunca relacionar as barbaridades que ocorrem na política ao seu voto. Parece q os políticos q aí estão surgiram por geração espontânea e ñ por terem sido votados. Dá a impressão, ouvindo nossos eleitores e seus discursos indignados, q se dependesse deles, ñ haveria um mísero corrupto da cena política brasileira. Mas, misteriosa e paradoxalmente, eles estão sempre presentes, sai geração e entra geração. O caso do Maluf é emblemático nesse sentido.
Lamentavelmente, o campo progressista, q tem sempre aquele discurso babaca de que a sabedoria emana do povo, nunca ousa apontar o dedo na direção desse mesmo povo, para cobrar-lhe responsabilidade política, o q só ajuda a perpetuar esse quadro onde ninguém parece ser responsável por nada. Quanto muito, a esquerda usa a desculpa d q o povo ñ tem acesso a realidade factual devido a manipulação midiática. Essa desculpa parece q acaba sendo mais útil a esquerda do q ao próprio povo, já q ela faz muito pouco para mudar essa realidade. Basta ver q o governo Lula só fez uma conferencia nacional de comunicação no último ano do seu governo, quando essa deveria ser a sua primeira providência. Além, é claro, ter feito uma grande campanha nacional de formação política, para as pessoas saberem minimamente como funciona uma república e ñ colocarem da boca pra fora verdadeiras aberrações do tipo "a polícia prende o e o Lula manda soltar".
Outro dia ouvi um relato de um amigo sobre o depoimento de uma mulher nordestina, beneficiária dos programas sociais do governo, e q por isso mesmo votaria no Lula, mas q ñ sabia dizer o nome do presidente da república. Por mais q a mídia omita ou manipule, ñ saber nem o apelido do presidente da república, q é um dos mais comuns no nordeste, é dose! Bem ou mal, o nome do cara está todo o dia nos noticiários.
Acho q aí entramos numa outra esfera, q é a daquilo q as pessoas consideram relevante em suas vidas. Sou capaz de apostar q ela conhece todas as fofocas q circulam nessa mesma mídia. Então, ñ tem desculpa.
Isso ñ vale só para os nordestinos pobres. Aplica-se muito bem a essa classe média arrogante, com doutorado e tudo mais, q adora dizer q na política só tem corrupção e acha q pode entrar num debate usando como argumento o papinho furado q ouvem dos lasiers da mídia.
Essa conversa mole de atirar para cima dos políticos a responsabilidade de tudo o q de ruim acontece, só vinga num ambiente com alto grau de despolitização e de desleixo em relação as obrigações de cidadão q cada um tem na sociedade.
Este blogue está substituindo, temporariamente, o Tinta China, blogue oficial da GRAFAR. Para saber mais sobre os autores, aqui publicados, entre no Tinta China.
Um comentário:
Eu ñ sei exatamente se o Geraldo atirou naquilo que viu o no que ñ viu. Mas me inclino a concordar com a idéia geral do cartum.
Grande parte do nosso eleitorado, sempre predisposto a chiliques de moralidade em relação a coisa pública, parece que nunca relacionar as barbaridades que ocorrem na política ao seu voto. Parece q os políticos q aí estão surgiram por geração espontânea e ñ por terem sido votados. Dá a impressão, ouvindo nossos eleitores e seus discursos indignados, q se dependesse deles, ñ haveria um mísero corrupto da cena política brasileira. Mas, misteriosa e paradoxalmente, eles estão sempre presentes, sai geração e entra geração. O caso do Maluf é emblemático nesse sentido.
Lamentavelmente, o campo progressista, q tem sempre aquele discurso babaca de que a sabedoria emana do povo, nunca ousa apontar o dedo na direção desse mesmo povo, para cobrar-lhe responsabilidade política, o q só ajuda a perpetuar esse quadro onde ninguém parece ser responsável por nada. Quanto muito, a esquerda usa a desculpa d q o povo ñ tem acesso a realidade factual devido a manipulação midiática. Essa desculpa parece q acaba sendo mais útil a esquerda do q ao próprio povo, já q ela faz muito pouco para mudar essa realidade. Basta ver q o governo Lula só fez uma conferencia nacional de comunicação no último ano do seu governo, quando essa deveria ser a sua primeira providência. Além, é claro, ter feito uma grande campanha nacional de formação política, para as pessoas saberem minimamente como funciona uma república e ñ colocarem da boca pra fora verdadeiras aberrações do tipo "a polícia prende o e o Lula manda soltar".
Outro dia ouvi um relato de um amigo sobre o depoimento de uma mulher nordestina, beneficiária dos programas sociais do governo, e q por isso mesmo votaria no Lula, mas q ñ sabia dizer o nome do presidente da república. Por mais q a mídia omita ou manipule, ñ saber nem o apelido do presidente da república, q é um dos mais comuns no nordeste, é dose! Bem ou mal, o nome do cara está todo o dia nos noticiários.
Acho q aí entramos numa outra esfera, q é a daquilo q as pessoas consideram relevante em suas vidas. Sou capaz de apostar q ela conhece todas as fofocas q circulam nessa mesma mídia. Então, ñ tem desculpa.
Isso ñ vale só para os nordestinos pobres. Aplica-se muito bem a essa classe média arrogante, com doutorado e tudo mais, q adora dizer q na política só tem corrupção e acha q pode entrar num debate usando como argumento o papinho furado q ouvem dos lasiers da mídia.
Essa conversa mole de atirar para cima dos políticos a responsabilidade de tudo o q de ruim acontece, só vinga num ambiente com alto grau de despolitização e de desleixo em relação as obrigações de cidadão q cada um tem na sociedade.
Eugênio
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